A inspiração e toda vontade de continuar acabou. Foram consumidas pelas repentinas responsabilidades necessárias da vida e mastigadas pelo tédio. As linhas não surgem e o ódio retalha e queima meus pensamentos impressos por canetas no papel. Virei um ortodoxo literário, preocupado com cada parágrafo e com toda sua espontaneidade. Talvez nunca houvera espontaneidade, só um desejo forçado de escrever como meus mestres enlouquecidos. Mas eu sou só mais um (e talvez eles também). Nunca fui e nunca serei o que minha mente sussurrava nos vazios do meu crânio. Acreditei demais nos elogios da infância e nos devaneios da juventude. Que assim seja... Talvez eu seja só um poeta insano para mim mesmo e acho que isso já basta para meu ego enfurecido. Ou talvez a poesia seja a cerveja quente do bar que desce de maneira desconfortável, porém alegre para o boêmio. Escritores loucos e tristes como Bandini somos nós. E que sejamos assim, mergulhados em álcool e esperando o fim da nossa geração cretina (conformismo barato).
Mas mesmo eu, com todo meu pessimismo, acredito que um dia, a inspiração venha de súbito, como o satori, e crie algo que realmente valha a pena.
(...) Espero que isso ocorra com você.
terça-feira, 24 de abril de 2007
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Um comentário:
'Nunca fui e nunca serei o que minha mente sussurrava nos vazios do meu crânio'.. Perfeito isso!
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