Como um estudo
Li os dentes
De mil violinos
E acariciei
As barbas ébrias
De um violão
E das vertigens
De nuvens e cem luas
Senti o pulso
De infinitos santos tambores
Paralizado
Entre murmúrios
Da lua rubra
Dos tempos
Tempos de batalha!
Lutei com cavaleiros da solidão
Bobos da corte
E a luz matinal de olhos brilhantes
Cruzados do mundo cruel
E maometanos em camelos de sal
Espirram o sangue da música
Nas areias da emoção
Chamem os arqueiros
Embebam as flechas
Com o fogo do malte
E lancem as sólidas
Rochas de boas lembranças
Nas masmorras, as frutas
Que atingiram o solo
Estéril do coração!
Monges, abram os
Mosteiros da reclusão
Que acolhem velhas
E sólidas rochas azuis
Guardem a sabedoria
Do mar de mil'anos
E dos ventos orientais
Libertem o escrivão!
Aos pobres as penas
Do falcão-diamante
Esqueçam o lírio
Pois as flores
Nada são do que
A liberdade plena
E aos da terra negra e fértil
Os condores, em seus corações
Incluam a foice e o ferro
Ecos engolem vidros sonhadores
E a sombra do silêncio
Toca a mão da realidade.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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