terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Como um estudo

Como um estudo
Li os dentes
De mil violinos

E acariciei
As barbas ébrias
De um violão

E das vertigens
De nuvens e cem luas
Senti o pulso
De infinitos santos tambores

Paralizado
Entre murmúrios
Da lua rubra
Dos tempos

Tempos de batalha!
Lutei com cavaleiros da solidão
Bobos da corte
E a luz matinal de olhos brilhantes

Cruzados do mundo cruel
E maometanos em camelos de sal
Espirram o sangue da música
Nas areias da emoção

Chamem os arqueiros
Embebam as flechas
Com o fogo do malte
E lancem as sólidas
Rochas de boas lembranças

Nas masmorras, as frutas
Que atingiram o solo
Estéril do coração!

Monges, abram os
Mosteiros da reclusão
Que acolhem velhas
E sólidas rochas azuis

Guardem a sabedoria
Do mar de mil'anos
E dos ventos orientais

Libertem o escrivão!
Aos pobres as penas
Do falcão-diamante

Esqueçam o lírio
Pois as flores
Nada são do que
A liberdade plena

E aos da terra negra e fértil
Os condores, em seus corações
Incluam a foice e o ferro

Ecos engolem vidros sonhadores
E a sombra do silêncio
Toca a mão da realidade.

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