I
Da confusa e negra noite sempre nascerá uma profunda e limpa manhã.
II
O gato espreita o passarinho
Enquanto o louco anota seu caminho
O cão que rói o osso
O coração que SIM, tenho no torso
O calor que bate em minha nuca
Que de nada me machuca
(Que deus abençoe os animais, o osso ou até mesmo minha nuca!)
III
Anotações doidas
Cobrança da mente
O corpo são os olhos da mente
Que tudo vê e tudo sente
IV
O cão toma sol
Como se pedisse um lençol
O Sol responde
Com sua luz delirante
E um pobre coitado
Que estava ali
Somete a escrever
Virou uma sombra
Do lado do cão dançante.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Dentro de um copo de café, corre um rio amargo
Dentro de um copo de café o jovem se vê enquanto pingos fartos, gordos, enorme feitos do sal da Terra e dos fluidos dos homens caem & levantam alto todo aquele líquido negro. O choque das matérias que obriga uma ou outra ceder mais espaço. Como bombas norte-americanas caindo sobre Hamburgo como mostra a revista sob a mesa. Chega de drama. “Engula essas lágrimas diluídas em café” ele pensa. “Engula seus problemas e faça seu papel de homem. Aja de acordo com as habilidades do intelecto que você nem mesmo pediu a Deus, mas que mesmo assim as possui e deve usá-las”.
Mas ele não consegue e caí dentro daquele café negro enlouquecido flamejante enfurecido. A corrente preta não lhe permite alcançar o outro lado do rio. A televisão alta trucida lhe os pensamentos e ecoa para fora de seus ouvidos. O café lhe afoga com seu vício sensual e tenta lhe expulsar fora do corpo o coração palpitante enquanto a noite que caí sobre sua alma lhe cega absurdamente. Do outro lado do rio fantástico louco feito de sangue, lágrimas, pessoas putrefatas moribundas boiando e café existe um espelho contrário, rachado, distorcido que reflete o que existe as costas do jovem que luta contra toda aquela corrente-insanidade do rio louco lisérgico. É sua família que berra, torce, lhe concebe coragem. Mas para ele, visto daquele prisma-espelho ondulante fora de controle só existe caos, dor, crítica, fúria, lixo. Sua família com punhais ensangüentados e vendas negras. Sua mãe segura nas mãos outro espelho que reflete sua imagem como uma barata. Tudo se distorce numa corrente enlouquecida fantasiosa lacrimosa explosiva!
Ele mergulha e ocupa mais espaço em toda matéria aquática sem sentido insana. Dentro daquela massa líquida licorosa espessa ele se transforma em um cadáver que suavemente silencia o inferno externo. Tudo parece belo, harmonioso, sensual. O silêncio sagrado e estranhamente apoteótico. Mas surgem, explodem; gritos. Esbravejam palavras sem sentido que em ressonância líquida aniquilam a paz antes maciça. Tudo é sonoramente explosivo. Um mar de cornetas, tubas e baterias feitas de TNT, sinos e gongos chineses que ondulantemente desmaterializam tudo aquilo.
E toda matéria, espaço, existência morre, desaparece numa grande queda livre. Fim da linha. O final dos tempos, espaços, espasmos, ejaculações e loucuras. Mas como um milagre religiosamente belo e intenso ou uma concessão telepática de Deus o jovem se torna um pequeno pássaro que escapa alçando vôo fora daquela infinita cachoeira do fim de tudo e nada e nada e tudo novamente. O número zero. E naquele vôo insano fantástico ele se livra de tudo. Passeando por um céu de notas improvisadamente musicais. Enxergando os quilômetros infinitos de distâncias inexistentes entre colunas greco-romanicamente formadas pelas montanhas verdes e vivas como monges zen-budistas a meditar com suas cabecinhas brancas nevadas e fervilhantes. E todos os pássaros, apenas um ou somente o céu azul em ebulição febril com suas nuvenzinhas imaculadamente brancas como os trilhos infinitos recém-desvirginados por trens são o jovem, que nesse exato momento descansa sobre as pedras, disforme, salpicado pela saliva da natureza e confortavelmente regido pela sonora e responsável melodia das águas.
Mas ele não consegue e caí dentro daquele café negro enlouquecido flamejante enfurecido. A corrente preta não lhe permite alcançar o outro lado do rio. A televisão alta trucida lhe os pensamentos e ecoa para fora de seus ouvidos. O café lhe afoga com seu vício sensual e tenta lhe expulsar fora do corpo o coração palpitante enquanto a noite que caí sobre sua alma lhe cega absurdamente. Do outro lado do rio fantástico louco feito de sangue, lágrimas, pessoas putrefatas moribundas boiando e café existe um espelho contrário, rachado, distorcido que reflete o que existe as costas do jovem que luta contra toda aquela corrente-insanidade do rio louco lisérgico. É sua família que berra, torce, lhe concebe coragem. Mas para ele, visto daquele prisma-espelho ondulante fora de controle só existe caos, dor, crítica, fúria, lixo. Sua família com punhais ensangüentados e vendas negras. Sua mãe segura nas mãos outro espelho que reflete sua imagem como uma barata. Tudo se distorce numa corrente enlouquecida fantasiosa lacrimosa explosiva!
Ele mergulha e ocupa mais espaço em toda matéria aquática sem sentido insana. Dentro daquela massa líquida licorosa espessa ele se transforma em um cadáver que suavemente silencia o inferno externo. Tudo parece belo, harmonioso, sensual. O silêncio sagrado e estranhamente apoteótico. Mas surgem, explodem; gritos. Esbravejam palavras sem sentido que em ressonância líquida aniquilam a paz antes maciça. Tudo é sonoramente explosivo. Um mar de cornetas, tubas e baterias feitas de TNT, sinos e gongos chineses que ondulantemente desmaterializam tudo aquilo.
E toda matéria, espaço, existência morre, desaparece numa grande queda livre. Fim da linha. O final dos tempos, espaços, espasmos, ejaculações e loucuras. Mas como um milagre religiosamente belo e intenso ou uma concessão telepática de Deus o jovem se torna um pequeno pássaro que escapa alçando vôo fora daquela infinita cachoeira do fim de tudo e nada e nada e tudo novamente. O número zero. E naquele vôo insano fantástico ele se livra de tudo. Passeando por um céu de notas improvisadamente musicais. Enxergando os quilômetros infinitos de distâncias inexistentes entre colunas greco-romanicamente formadas pelas montanhas verdes e vivas como monges zen-budistas a meditar com suas cabecinhas brancas nevadas e fervilhantes. E todos os pássaros, apenas um ou somente o céu azul em ebulição febril com suas nuvenzinhas imaculadamente brancas como os trilhos infinitos recém-desvirginados por trens são o jovem, que nesse exato momento descansa sobre as pedras, disforme, salpicado pela saliva da natureza e confortavelmente regido pela sonora e responsável melodia das águas.
domingo, 12 de agosto de 2007
Odisséia rabiscada
Que noite loucas foram aquelas. Cheias de cerveja, cigarros e lembranças dos tempos de infância com velhos amigos. Eu enchendo o copo sem parar indo num espírito num nível de consciência imbecil para beber. Me sentindo bem sacando as pessoas sendo hip paca. Colocando óculos escuros acendendo cigarros e gastando meu cérebro e coração com as pessoas. Meus amigos num blá blá blá frenético sobre idas insanas pelos lugares desconhecidos por nós nesse continente imenso. Litoral, Andes, flertando com o Pacífico e a merda toda. Umas garotas interessantemente belas mas sem nenhum rastro de inteligência ou beatitude. Fumando seus baseados com seus amigos que não devo criticar ou avaliar ou que seja. De fato avalio tudo e todos e na maioria das vezes negativamente mas cansei de pensar sobre isso no momento. Um papo curto “A é?” “Você vai aonde?” “O que você faz?” Tudo uma grande perda de tempo (falta de saco). O que eu faço? Porra, eu também me pergunto. Mas não respondi dessa forma exatamente. Toda vez que me sujeitava a essa pergunta (sendo que sempre quem perguntava era eu ansioso para alguma resposta REALMENTE interessante) eu pensava em rápidos e infinitos segundos-minutos-sei lá mentais e dizia que procurava emprego e era escritor. Passei a droga da noite me gabando de ser escritor. Bancando o hip. O beato louco dos bares e ruas da capital. Alimentando meu ego gordo e maluco. E ninguém realmente se interessava por esse papo. Devem pensar sobre danbrown-paulocoelho-livrinhodetiqueta. Uma garota loira linda com olhos maravilhosamente sensacionais que bati um papo legal e sério. Ela não parava de sorrir e dizer que eu fazia umas caras sérias quando estava ouvindo ela. Eu imbecil adolescente tentando me explicar que gostei dela. Pow! Chute no saco & de cara na parede, na parede louca dos casais jovens pichada com corações e borrifada de odores santificados e essencialmente humanos. Ela me apresenta umas amigas do gênero dela. O papo não flui mais por puro desinteresse meu. Me sinto um completo idiota quando consigo uma das amigas com um papinho gênero Marlon Brando e acordando no outro dia puto por ter feito isso e ter bancado o jovenzinho moderno que agarra o que vier totalmente sem sentido sensibilidade ou espontaneidade. Meus amigos chegam e me tiram daqueles beijos. Outra festa está rolando. Eu saio sem nem saber o nome dela nem ela o meu e me sinto (na hora) o cara mais legal e bacana do lugar. O escritor e coisa e tal e ela provavelmente nunca se lembrará de mim quando voltar para casa quentinha na cama e dormindo pesado com sonhos etílicos. Vamos para uma festa enorme e realmente sem graça pra mim. Chego com o estômago-corpo-tudo! recheado de cerveja e me sinto mal. Logo de cara derrubo dois cachorros-quentes de 3 reais (e sinceramente, não valiam tudo isso) goela abaixo e deixo eles velejarem naquele suco ácido flamejante ondulante. Passo a me sentir melhor e a festa parece ainda mais congestionada. Volto no carro do meu amigo para buscar minha jaqueta-jeans e fecho apenas um botão e coloco as mãos nos bolsos agradáveis e quentinhos dela. Meus amigos já estão torrando grana em vodcas e cervejas e andando por aí todos juntos enquanto eu os sigo cervejando. Faço uma dança louca indígena com passos de bop e rock ‘n’ roll e me divirto totalmente fora de controle. Me recomponho e dou uma volta com um amigo. Checamos as garotas e pensamos nas maneiras e aproximações que devem ser feitas. O que na verdade não deve ser feito a partir do momento do o que importa realmente para algumas é toda a espontaneidade da coisa. Eu novamente encarno o espírito adolescente-bêbado-lunático e assumo um personagem vivo cheio de estilo sotaque meio britânico e tudo. O papo flui mas não dá em nada. Conversamos com uma garota branca linda olhos azuis morena linda. Ela se interessa pelo papo e eu me sinto péssimo por estar mentindo e sendo imbecil com a provável garota mais linda hip e interessante da festa. As amigas dela se vêem meio excluídas e resolvem pular fora tirando ela da onda. Me sinto aliviado por poder parar com a coisa toda e rodamos mais um pouco cervejantemente. Resolvo dar um role sozinho mesmo e vejo umas duas garotas com pinta de inteligência afastadas daquele som horroroso que mutilava minha alma. Chego (de óculos escuros) e introduzo com um “Então...” seguido de um silêncio tímido e infantil e elas acham maior graça e o papo solta bem. Baixinhas tão pequenas e bonitinhas e eu lá cervejando me gabando escritor alto meio grandão de óculos escuro. Totalmente fora dos padrões cults-imbecis-armazémdobrás e tal. E tudo dá em merda. Me afogo nos papos novamente. Elas me alvejam com um lance de esperar o namorado e finalmente chegam os tais caras. Me sinto mal por não saber o que dizer para eles e por não ter nenhum motivo aparente (para eles) de estar ali. Por sorte eu sabia quem um dos dois era pois ele estudou no mesmo colégio que eu e era um puta violonista sensacional do Clube do Choro gênero Baden Powell. Disse isso e pulei fora cansado. Rodei pela festa meio tropeçando. Sozinho. O louco para todos. Um cara vestido totalmente diferente dos outros com uma “barba esquisita” (de acordo com uma garota) esbarrando tropeçando vagando sozinho e vagabundamente por aí como um maluco ou alguém louco de ácido ou algo qualquer. E eu me sentia o cara mais bacana. Os sapatos loucos cheios de bop. Acabei encontrando a morena linda maravilhosa hip sensacional de novo e ela me deu um aceno com aquelas mãozinhas brancas bonitinhas. Retribui e passei por ela mas logo depois voltei e a puxei pelo braço sem dizer uma palavra para não denunciar minha mentira. E cara, quando se chama uma garota para um papo particular fica evidente que se quer algo. E ela podia ter sido minha aquela noite pois ela realmente me seguiu de mãos dadas para o tal papo. Mas eu não agüentava mentir nesse nível para ela. Comecei gaguejando e disse “Bom...ééé...” aí ela deu um pulo insano de gato e disse “Eu sabia! Eu sabia que você estava mentindo” e disse isso até de uma maneira divertida sorrindo. Pedi mil desculpas e ela achou por um momento que eu sempre dizia isso para todas depois de mentir, como se fosse um processo meio máquina-de-aproximação-louca gênero Aldous Huxley. Mas não era verdade e provei para ela que estava errada. Bom, eu fui um idiota por completo (ela disse isso e eu tinha de concordar) mas tudo acabou meio bem por um lado. Passei o resto da noite meio deprimido isso graças a volta à realidade ou a volta de certos níveis mentais e de espírito pela a ausência de álcool. Acabei indo dormir no carro enquanto um casal lunático se amava loucamente encostados no vidro. Chegando em casa com frio e sono ainda tive que pular o muro e deitar de jeans na cama. Acordei cheio de pensamentos negativos dos meus atos e agora estou aqui contando eles para você que nem mesmo conheço ou que seja. Bom e é aqui que ela acaba por enquanto.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Auto-fecundação ou Certidão de Óbito do Escritor
A banda, as letras borradas pelo café. O cigarro quebrado e os dentes marcados. Os pés calejados cheios de energia e fé. Todos os ruídos, gemidos & suplícios geraram a megalomania. Que lhe diz “Você se cansou da orgia”.
Maldição. Como minha consciência está tão perdida e fora de controle. Chamo o pássaro enlouquecido do bop para me largar no chão; criando alguma razão.
Alucinação. Ejaculação. Improvisação!
Oh não!
Ok, ok. Dane-se. Onde eu quero chegar é o seguinte. Bom, quer saber? Esqueça. Nem eu mesmo sei.
Maldição. Como minha consciência está tão perdida e fora de controle. Chamo o pássaro enlouquecido do bop para me largar no chão; criando alguma razão.
Alucinação. Ejaculação. Improvisação!
Oh não!
Ok, ok. Dane-se. Onde eu quero chegar é o seguinte. Bom, quer saber? Esqueça. Nem eu mesmo sei.
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